"RECOMEÇAR A PARTIR DO PERDÃO" - 04/09/2023

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Recomeçar a Partir do Perdão

Hoje o passapalavra nos oferece o perdão como um momento chave para podermos acreditar na possibilidade de reconciliação com quem se tem conflitos, tendo a coragem de recomeçar sempre apesar de tudo.

Na verdade, perdoar é a paciência infinita de recomeçar para encontrar a serenidade e a paz tanto em nós pessoalmente, como para podermos abraçar a infinita misericórdia de Deus, abraçando concretamente aqueles com quem temos dificuldades.

                                  Neste momento histórico, em que a ideia do perdão parece uma mera utopia, a lição ético-política de Nelson Mandela se destaca cada vez mais aos nossos olhos, quando conseguiu criar a comissão para a verdade e a reconciliação na África do Sul em 1995.

A sua história e a história do seu país destacam-se cada vez mais no horizonte da história, como uma iniciativa profética, difícil mas necessária, para dar corpo ao perdão e concretiza-lo.

Como todos recordarão, no final do apartheid tratava-se de reunir e fazer coexistir pacificamente negros e brancos, estes últimos culpados de uma série interminável de violências e perseguições.

Mandela estava convencido de que só colocando as vítimas e os perpetradores frente a frente seria possível responsabilizá-los através de um diálogo que gerasse perdão e reconciliação.

Assim, o dia 28 de outubro de 1998 foi um marco histórico não só para a África do Sul, finalmente libertada da separação social e racial, mas para o mundo inteiro.

É claro que o perdão tem sempre uma dimensão pessoal antes que jurídica e social, por isso é necessário partir dela para dar nova vida às relações humanas, muitas vezes perturbadas por mal-entendidos e conflitos.

Perdoar exige sempre recomeçar pelo coração; uma reconversão do passado matando ressentimentos, vinganças e retaliações.

Quem começa com o perdão desarma os conflitos nascidos delos egoismos e as bombas prestes a explodir, reabrindo o futuro e abrindo novos horizontes.

E mesmo que o perdão não tenha o poder de desfazer o passado, ainda assim coloca no coração a alegria de novas esperanças e de novos começos, sem os quais corremos o risco de viver continuamente enredados nas areias movediças do ressentimento, da raiva e da vingança.

É o próprio Jesus que nos ensinou isso na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

Depois destas palavras de Jesus, a terra redescobriu o paraiso, porque perdoar é agir como Deus que, com o perdão, converte o pecado e a morte em energia nova e em graça de salvação.

A grandeza e a utopia de nós, cristãos, não é apenas a de acreditar na paz, mas de nos comprometermos com todas as nossas forças para que o mal, a violência, o egoísmo e as guerras possam ser vencidos e transformados pelo perdão em novas terras, em novos corações, em nova alegria e em abraços e sorrisos.

Se não acreditarmos e não lutarmos com todas as nossas forças por isso, que sentido teria a morte do nosso Deus na cruz?

Coragem: com o perdão tudo pode recomeçar!

Pe. Nino Carta

04/09/2023


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Pe Nino: Estamos vivendo tempos difíceis e obscuros na humanidade, na Igreja, como cristãos e como pessoas. Parece que o nosso navegar na história seja como a viagem dos discípulos no lago de Tiberíades em tempesta e com ....Jesus que dorme. Tivessem sido perto da praia ou do porto os apóstolos teriam encontrado o jeito de jogar o âncora; mas ali no meio do lago era impossível. O único âncora só podia ser Ele, Jesus; eis então o grito: "Senhor, salva-nos.." E " ...logo se fez uma grande bonança"( Mateus 8,26). A lição que nos vem do Evangelho é clara: o Âncora pode ser somente Ele, Jesus. E Jesus é a vontade de Deus entre nós. É Ele que nos convida todos para ir-mod à outra margem, para construir uma nova humanidade com uma outra maneira de pensar e de viver. Nos convida à ancorar-nos nos valores verdadeiros que nos propõe a vontade de Deus, enfrentando com coragem as tempestadesda passagen do mundo egoísta para a vivencia do evangélico. Navegar com segurança é acolher a luz da vontade de Deus que nos vem da Sua Palavra. É uma luz que ilumina todas as tempestades, todas as situações, todas as tentações. O demônio, o separador", vai tentando de todas as maneiras nos "desancorar" do verdadeiro Deus, colocando dentro de nós as ilusões de outras vontades que destroem o nosso caminho de fé. Precisamos prestar muita atenção, porquê "Ancorar-nos na vontade de Deus", não é multiplicar cultos, sacrifícios, devoções, parando na ideia de um Deus que nos dá medo e ao qual pedimos proteção; mas iluminar o nosso navegar na história com o culto vivo do amor entre nós, porquê esta é a vontade de Deus: "Que vos ameis uns aos outros". Todas as vezes que saímos deste mistério de amor, saímos da sua vontade, perdemos o nosso Âncora verdadeiro, e vamos criando para nós outros espaços religiosos e idrolaticos. Para sermos firmes e "ancorados" na vontade de Deus, é fundamental escutar todos os dias a Palavra de Deus; alimentar-nos o mais possível da Eucaristia e ter sempre entre nós Jesus, fruto do amor mutuo: não existe ainda âncora mais seguro. Assim a vontade de Deus torna-se luz que se pousa em tudo aquilo que fazemos, iluminando e divinizando. Como quando num quarto fechado e escuro, se abrirmos as janelas tudo se ilumina, assim no amor mutuo: ilumina toda a nossa vida, todos os momentos, raio após raio, âncora após âncora. E nunca vai faltar a voz forte e segura de Jesus: "Sou Eu, não temais.. " O coração se acalma, eis de novo o horizonte na nossa frente e a viagem para a outra margem pode continuar. Sempre
By Pe. Nino Carta November 5, 2020
Falando de cruz não posso não colocar em comunhão a dor de hoje pela morte pelo covid de um meu querido amigo padre de Turim, Vallo Torinese, dom Vincenzo Chiarle, com quem vivemos juntos momentos de intensa espiritualidade. E me vem também espontâneo unir a sua morte à todos os padres que morreram pela pandemia. "Carregar a própria cruz com coragem" me faz olhar com emoção as fotos dos 130 padres mortos pelo corona virus. Don Vincenzo é o último dos sete que morreram nesta segunda fase da pandemia. Eis os nomes dos outros: Don Aldemiro Giuliani diocese de Senigallia;don Romano Bertocci diocese de Arezzo; don Giorgio Dell'Ospedale diocese de Rimini; don Vitalis Delago diocese de Bolzano; don Vincenzo Manzioni diocese de Policastro; don Giuseppe Pedrinelli diocese de Crema. São os últimos da Itália. Mas vocês com certeza poderão acrescentar muitos do Brasil, do Norte ao Sul. Talvez algumas vezes vocês se escandalizaram pelo comportamento de nós padres e com razão. Mas hoje vos convido à agradecer a presença deles ao lado destes que levaram a própria cruz com dignidade e generosidade até a dar a propria vida. Lembrando deles, deveríamos descobrir sempre mais a vocação de todos nós cristãos e sobretudo de nós padres: ser no meio do povo presença constante de alguém que ama, escuta, sorri, sofre, reza, abençoa, fica doente, morre dando a vida pela própria gente. Também a nossa Sardenha deu a sua contribuição de dor e de morte na primeira fase da doença. Desculpem, sou de parte, mas queria dizer a todos: "Queiram bem aos vossos padres!" Carregar a própria Cruz para um padre, não se trata somente da sua cruz pessoal, mas de carregar junto a cruz da sua comunidade . Aquele doente, aquele sem trabalho, aquele jovem drogado, aquela situação difícil em família etc...etc... Todas as vezes é uma verdadeira correria para colocar nas suas costas a cruz de todos, desde os mais participantes aos mais afastados. A Cruz do padre é e deve ser sempre uma cruz comunitária; cruz de Jesus e do Cirineu juntos. Com coragem, mas também com fragilidade, com momentos de confusão, com muitas lágrimas derramadas, com um renovado e continuo espirito de oração. "Carregar a própria cruz" para um padre é dar a vida pelo povo não somente nestes tempos de pandemia, mas dia após dia, gota a gota, oração após oração. É testemunhar com a vida à comunidade que não está sozinha; que a cruz a carregamos juntos e que se alguém cair, tem sempre uma mão para ajudar à levantar-se. É descobrir que na mão do padre que abençoa, sempre está presente um coração que ama. Nestes dias do novenario, as nove missas para os nossos mortos, pensei muito em tudo isto e quis fazer esta comunhão com vocês. Acho que cada um de nós na sua vida já encontrou algum padre que o ajudou nos momentos difíceis a carregar a cruz. Hoje pode ser a oportunidade de um obrigado e de uma oração. Eu, nesta manhã friazinha do outono, "os meus padres" tenho eles todos dentro do meu coração. São muitos. Se até agora consegui carregar a minha cruz, é impossível esquecer que uma ajuda grande, muito grande foi a presença paterna, fraterna, amorosa deles. Quero lembra-los agradecidos.
November 5, 2020
Sabemos que a palavra humilde vem da palavra latina "húmus" que quer dizer terra. Ser humilde então significa estar perto da terra, no sentido de ter consciência dos próprios limites; por isso não sendo presuntuosos, mas contentes daquilo que somos e daquilo que temos. Isto não quer dizer que para sermos humildes devemos aceitar passivamente os nossos limites. Não é isso! A humildade, como já escrevi alguns dias atrás é a verdadeira dona da casa das virtudes. É a virtude que acolhe e da espaço a todas as outras virtudes. É a virtude do responsável pelo ecossistema espiritual, onde todas as virtudes podem todas brotar, crescer e florescer. Por isso para ser humilde não precisa fazer muita coisa; o seu dom é tornar sempre puro o ar da casa, o ambiente da vida, para que todos se sintam acolhidos e amados. E assim, também os nossos limites possam abrir-se à esperança, as nossas dúvidas à fé e os nossos serviços e trabalhos à harmonia e à caridade. Para a pessoa humilde não é importante fazer coisas importantes, mas tornar importantes todas as coisas que ela faz.. Alguém pode ser professor ou mecânico; outro peão ou casalinga; outro padre ou pai de família: pouco importa. O humilde sempre da o 100% para que entre todos haja sempre colaboração e unidade. O humilde por isso é aquele que sabe ser feliz com cada raio de sol que ilumina o seu caminho, e que devolve aos outros na primeira oportunidade. Pensei agora de colocar estes 7 pontos de reflexão que podem ajudar a nossa humildade. 1.Procurar descobrir o melhor de cada um. 2. Elojar sinceramente os outros. 3. Não hesitar para admitir os proprios erros. 4. Ser os primeiros a pedir desculpas depois de uma discussão. 5. Reconhecer os nossos limites e as nossas necessidades. 6. Está sempre prontos a servir os outros. 7. Ser gratos a Deus por aquilo que somos e por aquilo que temos. O que vocês acham? Acho que vamos precisar de muito trabalho para melhorar-mos. A humildade devagar vai nos ajudar a perfumar os nossos esforços dob7perfume da terra de onde viemos....e este é um bom sinal, porquê assim nos?estamos aproximando do céu. Que sabe que não seja6 está mesmo a lição que de vez em quando nós doa com tantasxdifiuldaxes e até com a pandemia: para nós tornar-mos mais humildes e perfumar de Paraíso.