"CUMPRIR OS NOSSOS DEVERES DE CADA DIA" - 12/09/2023
Cumprir os nossos deveres de cada dia

Um passapalavra o de hoje que me indica pontos concretos para viver no amor o dia inteiro e que por isso sinto que me faz respirar paz e universalidade, abrindo diante de mim todo um mundo de pessoas, de corações, de expectativas, de histórias, de gratidão e de sorrisos.
Depois de tantos anos o passapalavra tornou-se para mim um verdadeiro dever, sobretudo para com os muitos que o seguem e que esperam por ele todas as manhãs, como se quisessem saborear com ele o primeiro “café espiritual” do dia. E se algumas manhãs sinto isso como um fardo, parece-me de não querer cumprir o meu dever; por isso peço perdão, porque como escreveu um santo: “Cumprir o próprio dever é melhor que o heroísmo”.
De fato, estou convencido de que para sermos construtores de comunhão não é necessário fazer longas rezas ou profundas dissertações sobre teologia, mas precisamos acolher a proposta de Jesus que nos oferece o atalho da Vontade de Deus, que não quer ninguém só e abandonado mas que todos sejam ajudados à descobrir a beleza de florescer à imagem de Deus, acompanhando-os com as nossas pequenas atenções amorosas, verdadeiras fontes de água doce ao longo do caminho.
E quantas pessoas param, descansam um pouco, bebem, se refrescam e depois, recuperada a coragem, voltam à caminhar com alegria.
Para isso não há necessidade de grandes coisas; basta um pouco de amor e uma pitada de humilde simplicidade. Afinal, Jesus não disse: “Bem-aventurados os ricos ou bem-aventurados os que fazem milagres...”.
Não, não. Na verdade, ele proclama “Bem-aventurados os pobres”; isto é, aqueles que cumprem o seu dever diário vivendo na misericórdia, doando um copo de água fresca, secando lágrimas e sangue e consolando dores e desesperos.
São estes os pequenos deveres de cada dia que podemos viver com muito amor e com o ideal divino de querer construir relacionamentos e comunhão. Uma vida simples sim, mas com raízes firmes: uma verdadeira fraqueza envolta em onipotência.
Quando os vivemos no amor, até os deveres diários adquirem a leveza da bondade, que transforma a aridez do cumprir o dever em arrepios de novidade, de primavera e de alegria.
Se permanecermos presos apenas ao dever, isso se tornará um vínculo seco e pesado para nós. Em vez disso, vivendo-o no amor e, portanto, com entusiasmo, nos surpreenderá a cada momento, fazendo-nos experimentar como ações muitas vezes pesadas e enfadonhas, adquirem uma leveza e uma paz interior muito profundas.
Com efeito, se o dever nos leva a fazer bem as coisas, são o amor e a bondade que nos proporcionam a possibilidade de descobri-las “lindas, luminosas e cheias de alegria”.
E cada dever cumprido com amor torna-se uma estrela no firmamento da nossa história!
Pe. Nino Carta
12.09.2023