"VIVER EM COMUNHÃO COM O OUTRO" - 09/09/2023

Quando acontece de termos alguma dificuldade ou problema com alguém, imediatamente a maior tentação é a vontade de ficar sozinho, meditando e reclamando, buscando motivos a nosso favor para essas situações.

Certamente isolar-nos e distanciar-nos dos outros é a maior tentação, uma verdadeira presença diabólica dentro de nós.

De fato, ficar sozinhos com os nossos ressentimentos e com as nossas dores em momentos delicados de administrar, sem alguém com quem possamos ver a situação à luz da comunhão, torna-se um pequeno inferno.

Sozinhos, sem ninguém, somos como aquelas enormes cobras que, para se libertarem de um enrolamento, continuam a girar em torno de si mesmas, apertando cada vez mais o nó que as leva à asfixia.

Porque a luz está sempre no outro; sendo humilde e esforçando-se para encontrar alguém disposto a ouvir sem julgar, mas apenas abrindo o coração, aos poucos cada instante de silêncio do irmão e cada sorriso se tornam um pano quente e macio que seca as lágrimas e desinfeta a dor, o ressentimento e as feridas.

E na comunhão surge lentamente no coração a convicção de que não há melhor “vingança” do que o perdão e o diálogo.

“Viver em comunhão uns com os outros” é um momento de crescimento muito forte e um tempo muito rico de busca, de descoberta, de pequenos passos dados com entusiasmo e pequenas alegrias, verdadeiro tempero divino para à jornada.

E depois, na comunhão, descobrimos que até os momentos de querer voltar atrás, são eles também uma parte essencial do caminho, verdadeiros momentos fortes para compreender cada vez mais que só com a sua graça e com a comunhão com os irmãos conseguimos iluminar os momentos sombrios da caminhada.

E assim, cada momento em que paramos ou recuamos torna-se um verdadeiro trampolim para voar cada vez mais adiante no caminho da comunhão.

Sim, ... verdadeiramente ai daqueles que se isolam e não procuram a comunhão.

Pe. Nino Carta.

09.09.2023