"A TOLERÂNCIA VIABILIZA A PAZ" - 30/09/2023

É verdade, a tolerância torna a Paz possível, mas apenas como início do caminho.

Ela de fato nunca é um ponto de chegada, mas uma etapa, normalmente a primeira, para poder caminhar rumo à paz.

Gandi diria: “Não gosto nada da palavra tolerância, mas não encontrei nenhuma palavra melhor”.

    E se este é o caso dele, imaginemos para nós, cristãos: parar na tolerância seria uma verdadeira derrota do Evangelho, mesmo que seja um começo fundamental para caminhar rumo à paz e à fraternidade.

Porque, como nem todos pensamos da mesma forma e cada um de nós vê somente fragmentos da verdade de ângulos diferentes, a tolerância é um grande passo para conhecer as pessoas, evitando o confronto.

A praga da humanidade, como sempre também hoje, é a rejeição da diversidade; assim a tolerância pode ser como..... "à entrada de serviço" para esta grande casa que são a fraternidade e a paz, começando do conhecer-nos e interessar-nos pelos direitos que todos têm porque são pessoas humanas como nós.

É claro que, como já dizia, ela é uma fase provisória. A tolerância não pode durar para sempre, mas deve levar lentamente a nos conhecermos melhor, a reconhecermos as belezas dos outros e a começarmos a dialogar até descobrirmos que somos irmãos.

O fato que todos, mesmo na família, temos dificuldade em tolerarmo-nos uns aos outros, diz muito sobre o quão difícil é um caminho sério para a paz.

Por isso é importante viver a tolerância; a princípio ela é invocado como uma graça, mas depois deve ser conquistada como um direito, até que, ao descobrir a fraternidade, deve ser rejeitada como um insulto e não como uma ajuda.

Na verdade, o nosso “dever-ser” não é o suportar-nos uns aos outros, mas amar-nos como irmãos.

E os irmãos sabem ouvir-se e sabem respeitar-se profundamente, acolhendo assim as diferentes ideias para poderem confrontar-se num diálogo fraterno e amoroso.

Toda essa aventura é um exercício que vai durar a vida toda com suas alternâncias de derrotas e vitórias.

   A caminhada é feita de pequenos passos; o importante não é se conseguimos fazer três ou dez passos, mas sim começamos a caminhar.

Pe. Nino Carta

30.09.2023